Tuesday, January 20, 2009

O lazer e o álcool

O álcool é a droga legal que "turbina" o comportamento da turma nas festas. Sem o álcool, de cara limpa, ninguém é ninguém, não há festa, não há diversão, porque ninguém consegue se divertir sendo o careta que na realidade é. Com o álcool há a perda da consciência, dos limites, do juízo.

Sem álcool ninguém dança, ninguém ri, ninguém fica, ninguém beija. As gurias não "dão" nem os guris "comem" ninguém. Como eu disse: sem álcool não há festa. Não ver no álcool esse tipo de droga é querer tapar o sol com a peneira, e negar a sua evidente influência no comportamento das massas.

A mesma coisa ocorre com as drogas ilegais e as artes. Se não é a totalidade, a grande maioria dos criadores de obras artisticas - em todas as suas vertentes - consomem drogas como formas de liberar suas potencialidades criativas, de soltar as amarras da inibição à criação. Também é verdade que depois do sucesso todos eles negam isso - mas só depois.

Qual o comportamento mais adequado? Qual a forma mais salutar? Não quero - nem devo - ditar normas de comportamento, mas apenas levantar o questionamento para que se pense a respeito. 

Tuesday, November 04, 2008

Como é fácil enganar a nossa gente

Nosso país está na mão dos contadores de histórias, dos manipuladores que conseguem atingir as suas metas de três formas: da forma tradicional - ou honesta - que é pela mera consecução dos objetivos propostos, o que tornam as metas cumpridas; ou pela mudança dos parâmetros do objetivo a ser alcançado, o que torna as metais mais acessíveis e fáceis de serem alcançadas pelos objetivos já alcançados; ou por um sistema hibrido, uma mistura das duas técnicas.

Por exemplo: Se a meta era passar 20 milhões de brasileiros da classe pobre para a classe média, o que se teria de fazer era aumentar a renda desses 20 milhões para que mudassem de classe. Aí entra o pulo do gato: o que é ser da classe média? Poder pagar um colégio particular para os filhos, um plano de saúde privado, vestuário, alimentação de qualidade, moradia em um bairro decente, proporcionar algum tipo de lazer para todos, etc.

Qual o salário necessário para fazer frente a todas essas despesas? O nosso governo acredita que com mil e poucos reais dá. Não sei, eu pago quase mil reais de plano de saúde por mês, e o resto como é que fica? Assim é fácil cumprir objetivos e sair arrotando por aí. Dizer-se que uma família que ganha mil e poucos reais pertence a classe média é não saber exatamente o que é classe média, ou saber e tentar aplicar o 171 no povo.

Monday, May 12, 2008

O elefante

Você vê um bicho. E ele tem o tamanho de um elefante. Tem a cor de um elefante. Tem a tromba de um elefante. Tem as orelhas de um elefante. A lógica lhe permite deduzir que o tal bicho se trate de um elefante. Nada de extraordinário, você não precisa de exame de dna, nem da confissão do bicho.

Esse caso da menina assassinada tem uma história semelhante. Todos os indícios levam a conclusão lógica de que a autoria do homicídio recaia sobre o pai e a madrasta. Alguns dizem que "não se deve fazer um juízo precipitado sobre a autoria". Acho que devem estar aguardado pela confissão do elefante.

Saturday, May 03, 2008

Retrato de um povo sofrido

Avalio a situação do país e descubro o quão é fácil contentar o nosso povo sofrido. As notícias a toda hora dão conta de que, pela ótica do povo, nós vivemos no paraíso aqui no Brasil. Não há índice de criminalidade, epidemia de dengue, desatendimento hospitalar, vida em estado de pobreza, ou seja lá qual for o tipo de miséria que acometa o povo, que o faça mudar de opinião.

Os indicadores econômicos dão conta, a bem da verdade, de uma sensível melhoria na condição de vida da população mais humilde. O que terá feito esse milagre? Serão os oitenta e cinco reais mensais do bolsa família, esses dois reais e pico por dia, os responsáveis pelo milagre. Ou serão os empréstimos consignados? Esse crédito novo, possível pela estabilidade inflacionário e que permite a compra em "suaves prestações mensais"?

Sejam quais forem os motivos, devemos admitir que a mudança foi pequena. E mesmo assim, temos de admitir que, aos olhos do povo, parece ter sido uma mudança descomunal. Resta o argumento, para restabelecer a lógica entre realidades tão contraditórias, de que o nosso sofrido povo se contenta com pouco. Com muito pouco.

Sunday, February 03, 2008

Tolerância

Nós, os brasileiros, somos todos esperançosos, senão por inclinação natural, pela necessidade vital de alimentar um sonho: de que um belo dia, no futuro, finalmente teremos tudo aquilo que por direito deveríamos ter no presente. Alimentamos esse sonho como forma de adormecer um outro ideal: o de reinvindicar os nossos direitos. Acreditamos que, se não temos o que nos é devido, um dia teremos, e tudo bem.

É um tipo de esperança que mata todos os anseios de mudança, a "esperança de esperar eternamente". Outros povos adotam comportamentos diversos e obtém de seus governos respostas diversas, eles sabem que se não atenderem as reivindicações do povo podem aguardar pela reação da massa. Aqui não, o governo não atende e já sabe como o povo irá responder: com mais esperança, com a eterna espera. Viva a nossa eterna tolerância...

Saturday, May 19, 2007

Não virado

Chego nesse blog e descubro que é mais um dos que - ainda - não viraram de ano. Ele continua preso ao passado, preso em 2006. Pra dizer a verdade, se ele fosse um ente vivo, eu o consolaria dizendo que não perdeu nada, ou que, se perdeu, foi pouca coisa nesse 2007, um ano que ainda não disse ao que veio.

Esse é um ano morno, e eu não gosto de coisas mornas. Um ano que continua preocupado se a Paris Hilton vai cumprir uma sentença de 45 dias de prisão por dirigir com a carteira de motorista suspensa. Convenhamos, um mundo que continua se importando com a Paris Hilton é um mundo que não vale lá essas coisas!

Vocês vão dizer que busquei um exemplo americano do norte, não foi por nada, mais por uma questão de não conhecer esses assuntos importantes que o pessoal costuma acompanhar pela imprensa, quero dizer, os assuntos, gossips - fofocas - locais.

Mas fique o ano virado aqui no 10pras10 e tenho...

Wednesday, December 20, 2006

Perto da virada

Está bem! Todo mundo sabe que a nossa contagem do tempo é uma ilusão. Ano novo, ano velho, a diferença de um dia, vinte e quatro horas separando o velho do novo, o velho que não é velho, o novo que não é novo. Ilusão de término e recomeço, ilusão de novos tempos, ilusão de página virada, de nova vida.

Não se pode condenar ninguém por alimentar esse tipo de ilusão, precisamos desse tipo de fantasia, desse sonho que nos faz pensar que há esperança porque os tempos agora serão novos. Só assim nos reinventamos, nos redescobrimos, e reiniciamos a jornada com um novo ânimo. Não faz mal que depois caiamos na rotina, até lá fica o estímulo do novo.

Que os novos tempos que virão possam reservar agradáveis surpresas para todos. Paz, saúde, tudo de bom em 2007.